sexta-feira, 30 de março de 2012

Entrevista com Michelângelo Almeida


Buenas, gurizada!! Post novo, entrevista nova, e também uma "novidade" nova: como a galera tem gostado dos posts com convidados, afinal de contas o número de visitações diárias passou de umas 5 para mais ou menos 10 pessoas (hehe), a partir de hoje as sextas-feiras serão os dias das entrevistas.

Hoje, dando continuidade à minha investigação para descobrir se é a água ou a rapadura que faz com que tantos artistas talentosos surjam do Ceará, entrevisto Michelângelo Almeida, ilustrador, animador, character designer, entre outras tantas atividades. Mas bueno, agora chega de enrolação e vamos para a entrevista:



1 - Bueno, começando com a pergunta básica: quando você descobriu este gosto por desenhar e a partir de que momento você pensou "macho, acho que posso viver disso"?
MA: Cara, pra te falar a verdade, acho que você só percebe que "sabe" desenhar alguma coisa, quando uma roda de pessoas (seus colegas de escola geralmente) se forma ao redor de você, pra te admirar vendo você rabiscando... Pelo menos comigo foi assim, acho que toda criança nasce "querendo" desenhar, mas essa aptidão vai se perdendo quando ainda criança, as pessoas vão descobrindo outras formas de se expressar, dai uma certa vez, me falaram que eu podia ganhar uma grana com isso, mas nunca me disseram como, auheuaheaheua tive que descobrir sozinho como ganhar a vida dessa forma, mas basicamente comecei querendo ser desenhista de HQ. Certa vez um tio meu, me pagou por um desenho que ele queria colocar nas mochilas que ele fabricava, num bairro da periferia de Fortaleza, (pensando agora, acho que esse foi o meu primeiro freela, hhahahaha), dai com a graninha na mão indo pra casa bem feliz, passei em frente a uma banca de jornal vi a SPAWN#40 à venda, e decidi comprá-la, desde então começava minha paixão por quadrinhos e a vontade de "estudar" desenho. Nesse momento eu não sabia se ia viver de "Arte", mas quando eu vi o nome do "Greg Capullo" nos créditos como desenhista, me toquei que o caminho poderia ser por ali.





2 - No Ceará você teve a oportunidade de conhecer muitos artistas excelentes, tanto da ilustração quanto da escultura. Fale sobre este período e como eles influenciaram no seu desenvolvimento como ilustrador:
MA: Olha, falando em artistas no Ceará, se tem uma pessoa que possa responsabilizar pelo artista que eu sou hoje, esse alguém chama-se "ALEX OLIVER", ele foi o primeiro profissional que tive a oportunidade de conhecer, e ele me abriu a primeira porta tanto profissionalmente, quanto pra conhecer vários outros artistas talentosos que acompanho e admiro até hoje, como o Robberto Fernandez, Al Rio (descanse em paz Mestre), Diego Maia, Paulo Ítalo e outras grandes figuras que tive o prazer de conhecer. O início desse período foi muito precoce na minha vida, tinha só 14 anos quando um vizinho meu (Jander Rifane), disse que eu tinha que conhecer um amigo dele que mandava MUUUuuUUUUito BEM no desenho e que eu tinha que levar meus desenhos lá pra esse cara dar uma olhada, esse cara era o Alex Oliver... Quando entrei no estúdio dele, foi uma sensação que me lembro claramente até hoje, todas as paredes FORRADAS de desenhos e uma cabeça do PREDADOR esculpida em tamanho real bem do lado da prancheta de desenho, mermão aquilo pra mim foi um choque, mal conseguia acreditar que "aquilo" existia, esse foi o EXATO momento em que o "verme" do desenho entrou na minha alma e a corrói até hoje quando me deparo com trabalhos de outros artistas que me motivam a continuar estudando, esse também foi o dia que eu tive a CERTEZA que eu não queria fazer mais nada na minha vida a não ser desenhar, 2 anos depois ele me chamou pra trabalhar numa empresa de arquitetura, na qual ele estava empregado na época, lá conheci o Robberto (Fernandez), esse foi outra grande influência, porque além de ser um baita artista, esse cara me ensinou a criar e a viajar com os meus desenhos... Posso afirmar com muita convicção que se não tivesse convivido com pessoas tão talentosas ao meu redor, certamente teria me frustrado no meio do processo e estar nesse momento trabalhando com alguma outra coisa...



 







3 - Você apostou no seu trabalho e decidiu buscar novos mercados Brasil afora. O que o levou a tomar esta decisão e como você se preparou para esta jornada?
MA: Então, essa resposta acaba reforçando o que havia dito na pergunta anterior, se você está rodeado de gente que tem ambições parecidas, a motivação aumenta e o resto acontece. Depois de algum tempo trabalhando em Fortaleza, não mais trabalhando com arquitetura e querendo crescer financeiramente, conheci as limitações do lugar onde morava.
O Robberto certa vez me ligou (isso em 2006) dizendo que ele tinha recebido uma proposta de uma empresa de games la de Porto Alegre, a essa altura eu já estava com 21 anos, trabalhando de freela de illustração ja fazia uns dois anos, já sabia 3DMAX, Photoshop, Corel, e estava fazendo desenhos comissionados pros EUA à algum tempo, pois bem, eu desejei boa sorte pra ele e tava torcendo pra tudo dar certo. O Alex também já tinha se mandando do Ceará e tinha descolado um trampo pro Diego Maia lá em São Paulo, lógico que me passou pela cabeça que "mermão, se eu não me mexer, eu vou acabar aqui no Ceará, sozinho, e fazendo a mesma coisa ficando no mesmo degrau..." Mas... o Robberto, que também sabia que todos nós estavamos afim de buscar novos horizontes me falou o seguinte "Cara, vou lá ver qual é, fui chamado pra uma entrevista e se o negócio for bom, vou falar de você lá também". Quando ele retornou ele me falou só o seguinte: "Os caras querem ver o teu material".... Velho, entrei em PÂNICO, escaneei TODOS os desenhos que eu tinha, terminei TODOS os modelos que eu havia começado e comecei outros, praticamente não dormi uma semana toda, montei um site e mandei, pouco mais de um mês depois estava na SouthLogic Studios em Porto Alegre, do outro lado do Brasil, numa cultura TOTALMENTE diferente da minha, estranhando o clima (não sabia o que era frio até então) e descobrindo um outro mercado, o de games. Quando isso aconteceu, descobri que o "Brasil" era logo ali, e assim, trabalhei em Florianópolis, onde retornei à cerca de um ano e trabalhei em São Paulo durante quase 3 anos na Vetor Zero.








 4 - O Brasil é um país enorme. Como foi para você lidar com a distância da família e dos amigos, e quais foram as dificuldades que você teve no início em um novo lugar?
MA: Haaa poisé, quando você corta as raízes e muda de estado e de cultura, é sempre uma barreira a ser quebrada. A distância da família foi muito difícil, e eu tinha um círculo grande de amigos em Fortaleza, e os primeiros 6 meses são fundamentais pra adaptação em qualquer lugar. Quando você chega em um lugar novo, inevitavelmente você se pega fazendo comparações com sua cidade natal, e até cair a ficha leva-se tempo, e como acabei de mencionar, tinha o fator climático contando "contra", imagina só, eu acostumado aos 33ºC diários no Ceará, desembarcando em pleno mês de Maio, no Outono gaúcho, numa noite que fazia 14ºC, eu chegava a pôr a mão pra fora da janela e lembrando de sentir algo "parecido" quando eu tinha que descongelar o freezer na casa da minha mãe.. Uma coisa que me ajudou MUITO foi a convivência com o Robberto e o Paulo Italo nesse período, acabamos sendo contratados juntos e um sempre segurava a barra do outro, já que estávamos no mesmo barco, foi um período que aprendi bastante não só profissionalmente mas como ser humano também, convivência e saudade são dois excelentes professores!





 5 - Você já teve a oportunidade de trabalhar com sua arte em muita coisa, produzindo material tanto para o Brasil quanto para o exterior. Que tipo de material você já produziu e qual você mais gostava de fazer?
MA: Trabalhei com várias coisas que felizmente me acrescentaram muito como profissional. Fiz Quadrinhos, Pin-ups, Concept, Perspectiva de Arquitetura, Story-Board, Modelagem, até Professor de Desenho eu tive a oportunidade de ser. O que eu acabei gostando mais de fazer até hoje é uma coisa que eu evitei fazer até onde deu, que é story-board. Quando trabalhava com arquitetura tive que fazer vários pra descrever as atrações temáticas que eram desenvolvidas lá, mas eram feitas de uma maneira que não davam nenhum prazer e sempre o prazo e a indecisão dos responsáveis faziam com que meus desenhos saíssem bem ruins. Quando fui trabalhar na Vetor Zero, tive a oportunidade de conhecer EXCELENTES profissionais do ramo como Marcos Llussá (Bogus), Marcelo Souto, Francisco Sanches, André Leão, João Ruas... e ai sim eu APRENDI a fazer e a gostar de contar uma história com meus desenhos, e ficava muito feliz de ver os animatics que desenhávamos se tornarem filmes de animação de qualidade internacional. Hoje trabalho como Coordenador de Produção de uma empresa de jogos, é um trabalho bem diferente, mas também sinto MUITO prazer quando o trabalho de uma equipe converge pra um resultado comum e a qualidade agrada não só o nosso cliente bem como a equipe em si, é bem gratificante.



 
6 - O seu trabalho tem uma qualidade técnica e artística muito grande. Fale um pouco sobre o seu aprendizado e o que faz para continuar evoluindo:

MA: Obrigado, acho que isso é resultado de todas as experiências profissionais que tive, isso fez com que me adaptasse à vários estilos e buscasse técnicas que me permitissem concluir o trabalho, mas sempre compro livros e quadrinhos que me mostrem algo que tenha um diferencial de qualidade, ajuda a manter as ideias sempre frescas e motivado a alcançar a qualidade que você acaba de se deparar. Procuro sempre ler algo a respeito de técnicas de animação, desenho escultura, etc...  vejo e coleciono muita coisa sobre longas de animação, principalmente os livros "the art of ...". Lá tem TUDO que eu gosto de ver, HA!  e assistir bastante desenho animado, essa é a melhor parte de "estudar" hahahahaha!








7 - Além de desenhar, você também modela e anima. Como este contato com o 3D influencia no seu trabalho 2D?
 MA: É meio complicado, porque em quase 100% das vezes eu me pego pensando "Pow, não posso desenhar isso, por que não dá pra modelar!" e isso é um SACO, mas por outro lado, esse conhecimento do 3D fez com que meu desenho (isso é o que me falaram) se tornasse bem atrativo pra quem modela. Já pra animação o fato de saber desenhar me ajudou MUITO, o fato de conhecer poses, expressões faciais, gestos, me serviu de preparação pra absorver o que aprendi no curso de animação 3D que fiz a algum tempo atrás.






8 - Você é fã de animação, principalmente as feitas por estúdios como a Pixar e Dreamworks. Você pensa em trabalhar em um estúdio como estes fora do país? Qual seria o caminho para chegar a um estúdio deste porte?
MA: Se um dia tiver a oportunidade e se realmente valer a pena ($$), ora bolas, por que não!? Tenho um amigo que também é cearense (se você ainda não conheceu um, um dia vai conhecer, nós Cearense estamos em todo lugar :P)  e hoje trabalha na Blue Sky (Daniel Lima). Esse cara estava na Vetor e saiu pouco depois que eu entrei e era um cara FENOMENAL no que ele fazia, ele é Character Technical Director e vi alguns trabalhos do portfólio dele. O trabalho dele tem um "diferencial" que chamou a atenção do pessoal do Saldanha, resumindo, acho que não só eu mas todo mundo que almeja chegar num degrau alto como a Pixar, Blue Sky, Dreamworks tem que se DEDICAR e FOCAR pro seu trabalho chamar mais atenção dentre os milhares que devem chegar na porta desses caras.



9 - Mais uma de costume: cite 5 (e apenas 5) desenhistas que te fazem abrir a boca e gritar: OOOOH MYY GOOOOOOOOOODDD:
MA: Ok! Lá vão:
Nicolas Marlet: Fala sério, esse cara é character design na Dreamworks e fez os personagens do "Kung Fu Panda" e os de "Como treinar seu Dragão", nem preciso falar mais nada....
http://artofnicomarlet.tumblr.com/

Bobby Chiu: Tive a oportunidade de ir a uma palestra dele em 2010, esse cara é a prova de que é possível se chegar longe com muito profissionalismo e dedicação, um exemplo a ser seguido;
http://www.imaginismstudios.com/

Adam Hughes: Seu trabalho me faz suspirar até hoje, apesar de não trabalhar com pinups a muitos anos, sempre fico com um brilho nos olhos quando vejo material novo na sua galeria!
http://adamhughes.deviantart.com/gallery/

Glen Keane: Cada desenho desse Senhor é uma aula a ser seguida
http://theartofglenkeane.blogspot.com.br/

Paul Felix: Concept Artist na Disney Animation Studios, quando eu crescer eu quero ser ele :)
http://unofficialpaulfelix.blogspot.com.br/

 


10 - O dia-a-dia de quem trabalha com artes gráficas aqui no Brasil é bastante complicado para a maioria, ainda mais para quem está começando. Fale um pouco sobre as dificuldades e imprevistos que acontecem constantemente e as loucuras tem que ser feitas em alguns momentos para entregar os produto dentro do prazo:
MA: Meu amigo, se eu for contar cada doideira que eu passei desde 2001, quando eu comecei minha vida profissional, não iria caber nesse post, mas uma coisa é certa, o mercado no Brasil dificilmente vai mudar. Sempre os prazos vão ser apertados, geralmente a grana por trabalhos de arte não é o suficiente pra sanar nossa contas mensais com conforto e folga, SEMPRE vai haver mudanças e solicitações (nem sempre) sem sentido por parte dos diretores ou dos clientes, e certamente você vai virar alguma noite na sua vida, seja pra entregar um job, ou pra melhorar seu portfólio, se você quer ser artista e quer viver de arte encare isso como uma etapa a ser vivida durante a sua vida profissional, e trabalhe pra que isso não seja um fator "constante" durante a sua carreira. Conviver com bons profissionais tornam as madrugadas menos desagradáveis e em alguns casos até divertidas (geralmente as melhores piadas acontecem fora do horário do expediente), mas obviamente nunca saudáveis em excesso.

 






11 - Cada artista tem o próprio processo de trabalho. Como é o seu?
MA: Pesquisa é o fator chave. Antes de começar qualquer job, separo todas que preciso numa pastinha, nessa hora google e youtube são fundamentais, faço um sketch pequeno onde resolvo parte da ideia, escaneio e levo pro Photoshop. Lá finalizo de acordo com a proposta, ou dou um "trato" no lápis.. enfim finalizo o trabalho. Pode parecer meio estranho mas adoro trabalhar ouvindo notícias, quando não, ouço bastante Metallica mas na real sou bem eclético, ouço desde rap até chorinho, depende do dia, do meu humor e o job...
 




 


12 - Bueno, gostaria de agradecer pela entrevista, e pra finalizar, o que você gostaria de dizer para quem está estudando ou buscando uma oportunidade de trabalho na área?
MA:  Bom, eu é quem agradeço pela oportunidade de compartilhar com vocês essas histórias. É comum no começo quase sempre a gente investir muito tempo tentando se achar no mercado ou no meio dos vários caminhos que o nosso talento nos proporciona, mas se eu puder dar um conselho pra quem esta começando, esse conselho seria FOCO.
Se você quer ser animador, estude pra ser o CARLOS BAENA da animação, se você quer ser o o próximo ALEX OLIVER e ter todos os demônios do inferno modelados e salvos no seu HD, estude pra isso, se você quer trabalhar num Game AAA como modelador, concept artist, rigger, nem termine de ler esse post, VÁ ESTUDAR, eu procuro fazer sempre um desenho ou um estudo pra me manter atualizado no mercado, se tivesse mais tempo, estudaria mais, mas certamente quem já está no marcado a algum tempo, com certeza esta estudando pra se manter nele, e quem quer entrar tem que estudar, se dedicar e também fundamental, fazer uma boa rede de contatos, sempre deixar uma porta aberta ao sair (das empresas que trabalhar, não a porta de casa), e absorver o melhor de cada lugar ou profissional novo que conhecer.
E ai?! Já fez algum desenho hoje!?
 



Gurizada, é isto. Espero que tenham gostado da entrevista, e para quem quiser conferir mais do trabalho do Michelângelo, podem conferir nos links abaixo:
http://michelangelo.cghub.com
http://michelangeloalmeida.blogspot.com.br/

Se você tem sugestões, gostaria de saber um pouco mais sobre algum assunto ou quer me puxar as orelhas, deixe um comentário ou mande um e-mail para arteiros.sa@gmail.com
E agora vou ficando por aqui. Hasta luego, indiada!!

Ahh, só para constar, o número de visitações está bem maior que 10!! Após esta entrevista, aposto que chega a uns 17 ou 18!!

5 comentários:

Gabriel Cardoso Mendes disse...

Parabens...
profissional muito bom... abraço

Gilberto Magno disse...

Cara, sem palavras! Adimiro muito o Miguelito, além de um grande profissional é gente boa pra caramba, joga Crysis muito mal rsrsrs, mas desenha muuiiiito....Posso dizer que essa não é simplesmente uma história de sua arte, mas uma história de vida! Parabéns Miguel, seu trabalho é muito inspirador, e Charles, excelente matéria.

Mauricio Machado disse...

Show de bola!

Fábio McBaltz disse...

Ducaramba! Cara, essa tua iniciativa de fazer as entrevistas foi muito feliz. Valeuzão.
Abraço.

hqcharlie.blogspot.com disse...

Cara, que bom que todos estão gostando, tanto quem lê quanto os entrevistados, além de mim, é claro, que estou curtindo pra caramba fazê-las. Como já falei antes, isto era algo que eu queria fazer de alguma forma a muito tempo, e só agora pus em prática, de uma maneira bem estudada e visando ajudar a galera que está iniciando e a todos os que já estão atuando no mercado, suando a camisa para crescer.

Aprender com a experiência de quem já está calejado nos ajuda a criar uma visão real das coisas, até porque um dos meus objetivos é mostrar o lado azedo de se trabalhar com arte. Geralmente quando vejo uma entrevista com artistas, só vejo o lado bom sendo mostrado e parece que tudo é um mar de rosas, e isso não é verdade. Se passam muitas madrugadas para entregar material no prazo, finais de semana trabalhando e se aguenta muita opinião besta, e como diria o Naza nos seus videos a la Tela Class, "alterações placebo". Aqui vai um que fala sobre o dia-a-dia de uma produtora de audio, mas que mostra algo muito parecido com o que acontece com os desenhistas: http://www.youtube.com/watch?v=22P2jCoJXPk

Mostrar os 2 lados faz com que a pessoa saiba a verdade sobre o mercado, e assim possa ter certeza se quer entrar ou não. E se isso ajudar a ter menos profissionais perdidos pra encher o saco e mais gente que está nesta por gostar, ficarei mais contente.